Atualmente, existem cerca de 6.150 espécies de anfíbios, cujos principais representantes são por sapos e rãs (Ordem Anura, “sem cauda”), salamandras (Ordem Urodela, “com cauda”) e cecílias (Ordem Apoda, “sem patas”).A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a reprodução. Foram os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Assim, esse grupo de animais, não é independente da água, já que pelo menos uma fase da vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e eles precisam dela para a reprodução.
Figura 1 - Espécies das Ordens Urodela (salamndra), Anura (rã) e Apoda (cecília). (Fonte: Campbell, 2010). |
1. REVESTIMENTO
2. Respiração
Figura 3 - Fonte: http://planetabiologia.com/caracteristicas-dos-anfibios-resumo/2/ |
3. Nutrição, digestão e excreção
Após ser engolido, o alimento percorre o esôfago e chega ao estômago bem desenvolvido, onde inicia a digestão. Desse, passa ao intestino, onde desembocam os canais que trazem os líquidos e enzimas produzidas pelo fígado e pâncreas, completando a digestão. O intestino grosso abre-se na cloaca, de onde as fezes são expelidas pelo ânus.
A excreção é realizada por um par de rins, que removem a ureia do sangue, eliminando-a na urina através da cloaca.
Figura 4 - Anatomia interna de um anuro. (Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br) |
Figura 6 - Esquema da circulação sanguinea de anfíbios. Fonte: https://hectorematheusfrancobioifes.wordpress.com |
4. Reprodução
Em geral, não existe cuidado com a prole dentre os anfíbios.
Figura 7 - Reprodução dos Anuros (Fonte: http://bloggiologia.blogspot.com.br/2011/11/cordados-vertebrados-anfibios.html) |
5. Metamorfose
A metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante lento que transforma o anfíbio jovem (girino) em adulto. Durante esse processo desaparecem as brânquias, desenvolvem-se os pulmões e surgem também as patas no corpo do animal..
Urodelos: anfíbios “com cauda”
Existem cerca de somente 550 espécies de Urodelos, representados pelas salamandras. Vivem principalmente na Europa e no norte da África.
Algumas espécies são inteiramente aquáticas (Figura 1 e 2), mas outras vivem na terra quando adultas ou por toda a vida. Costumam habitar regiões arborizadas.
A maioria das salamandras que vive na terra caminha dobrando lateralmente o corpo, característica herdada dos primeiros tetrápodes terrestres (Figura 3).
Figura 3 - fonte: http://www.curiosodato.net/2011/11/las-salamandras-y-su-gran-capacidad-de-regeneracion/ |
Elas diferem em tamanho e no jogo de cores das costas. Algumas medem cerca de 14 a 20 centímetros.
Ao contrário de outros anfíbios, a salamandra comum se acasala em terra firme. Depois da fecundação, os ovos se desenvolvem dentro do órgão genital da fêmea. As larvas nascem da fêmea numa corrente de água e sofrem metamorfose, tornando-se adultas (Figura 4).
Figura 4 - Salamandra salamandra, Cova da Lua (Bragança) Fonte: http://umdiadecampo.blogspot.com.br |
Algumas espécies podem depositar os ovos em local úmido e apresentar cuidado parental (Figura 5).
Figura 5 - Salamandra lusitânica, fêmea com os ovos. Fonte: http://www.flickriver.com/photos/tags/salamandralusit%C3%A2nica/interesting/ |
2. Anuros: anfíbios “sem cauda”
Os anuros, com aproximadamente 5420 espécies de rãs, pererecas e sapos, são mais especializados do que os urodelos para se movimentar na terra.
Apresentam esqueleto adaptado para locomoção aos saltos através de suas poderosas patas traseiras para saltar.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1251750/ |
São carnívoros e, em geral, utilizam a visão para a detecção da presa. Capturam insetos e outras presas ao lançar a língua longa e pegajosa acoplada à parte anterior da boca (Figura 1).
Também tem grande variedade de adaptações de defesa que ajudam a evitar seus predadores. As glândulas da pele secretam um muco repugnante e, às vezes, venenoso. Muitas espécies venenosas têm coloração brilhante que os predadores associam ao perigo (Figura 2). Outras tem padrões de cores que servem de camuflagem (Figura 3).
Esses animais possuem uma grande diversidade de estratégias reprodutivas. Entre elas, a vocalização do macho para atrair a fêmea. Cada espécie produz um som diferente originando uma variedade de sons emitidos. São capazes de emitir também sons de agonia e de defesa de território.
Como diferenciar sapos, rãs e pererecas?
3. Ápodes: Anfíbios “sem patas”
Os ápodes, representados pelas cecílias ou cobras-cegas, são cerca de 170 espécies. Habitam áreas tropicais, onde a maioria das espécies se enterra em solos de florestas úmidas. Poucas espécies vivem em lagos de água doce ou riachos.
Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram através de pulmões na fase adulta.
Não possuem patas e são quase cegos (por isso o nome “cobra-cega). A ausência de patas é uma adaptação secundária, visto que evoluíram de um ancestral com patas (Figura 1).
Em decorrência de seus olhos pouco desenvolvidos, usam receptores químicos para detectar suas presas (Figura 2).
Figura 2 - Os olhos das cecílias são quase imperceptíveis. Fonte: http://animais.culturamix.com/informacoes/anfibios/tudo-sobre-a-cobra-cega |
Para conseguir entrar na terra a cobra-cega utiliza sua cabeça, que é uma parte bastante rígida de seu corpo, e com a força de seu corpo consegue furar galerias por de baixo da terra.
Alimentam-se de invertebrados como minhocas, vermes, larvas de insetos e, provavelmente, também de peixes pequenos. Para tal, elas utilizam seus dentes para capturar as presas e, basicamente, as engolem.
Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, assim a fecundação nas cecílias é interna.
Algumas espécies de cecílias são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos até o nascimento (Figura 3 e 4).
Figura 3 - Fonte: http://olivrodanatureza.blogspot.com.br/2013/08/cobras-cegas-ou-cecilias.html |
Figura 4 - Fonte: http://www.ninha.bio.br/biologia/cecilias.html |
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010.
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.
- Anfíbios: o início da conquista da vida terrestre. Disponível em <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/anfibios.php>
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