O Filo Platyhelmintes (do grego, platys, plano, achatado, e helmintes, verme) reúne animais de corpo achatado, dos quais as planárias são os representantes de vida livre mais conhecidos. São assim chamados por possuírem corpos finos e achatados, “vermes chatos”. No entanto, observe que a palavra “verme” não é um nome taxonômico formal e sim um termo geral para animais com corpos alongados e finos. Das cerca de 20 mil espécies descritas de platelmintos, aproximadamente 20% são parasitas de animais vertebrados e invertebrados. Entre os que parasitam a espécie humana, os mais conhecidos são as solitárias (ou tênias), que vivem no intestino e causam teníase; e os esquistossomos, que habitam as veias do fígado e de outros órgãos abdominais, causando a esquistossomose. Vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; e são encontrados também em ambientes terrestres úmidos.
1. Estrutura corporal e novidades evolutivas
Quanto à simetria corporal, os platelmintos apresentam uma novidade evolutiva em relação aos cnidários: têm simetria bilateral, enquanto cnidários adultos têm simetria radial.
Os platelmintos são os mais antigos animais triblásticos da escala zoológica. Em seu desenvolvimento embrionário, eles desenvolvem três folhetos germinativos – ectoderma, endoderma e mesoderma – a partir dos quais se originam os diversos tecidos do animal adulto. Contudo, apesar de serem animais com desenvolvimento triploblástico, eles são acelomados, isto é, não possuem cavidade corporal.
Portanto, as duas grandes novidades evolutivas deste grupo são:
- A simetria bilateral, que está associada a maior capacidade de movimentação;
- O surgimento do mesoderma, que permitiu o desenvolvimento de outras estruturas corporais e de uma musculatura mais eficiente.
2. Nutrição, circulação e excreção:
Os platelmintos não têm órgãos
especializados para trocas gasosas ou para circulação, e seu aparelho excretor
relativamente simples funciona para manter o balanço osmótico com o meio.
Devido a sua forma achatada, suas células ficam próximas à água presente no
ambiente ou no intestino. Essa proximidade com a água favorece as trocas
gasosas e a eliminação de compostos nitrogenados com por difusão através da
superfície do corpo.
A maioria dos vermes chatos tem
cavidade gastrovascular com apenas uma abertura (“boca”). Não possuem sistema
circulatório, mas os finos ramos da cavidade gastrovascular distribuem o
alimento diretamente às células do animal.
3. Classes dos platelmintos:
O Filo Platyhelmintes é divido em quatro classes: Turbellaria (tubelários, a maioria são vermes chatos de vida livre), Monogenea (parasitas marinhos e de água doce que infectam peixes), Trematoda (trematódeos, parasitas de vertebrados), Cestoda (cestódeos, parasitas de vertebrados).
1. Reprodução:
A reprodução dos platelmintos é bastante diversificada. As espécies parasitas apresentam ciclos de vida complexos, em que podem alternar fases com reprodução sexuada e assexuada. Além disso, diversas espécies necessitam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo. São chamadas de monogenéticas aquelas espécies que completoam seu ciclo de vida em um único hospedeiro, por exemplo, o trematódeo Gyrodactylus, parasita de um peixe de água doce. As espécies que necessitam de dois hospedeiros distintos para completar seu ciclo de vida denominam-se digenéticas. São exemplos: o Schistosoma mansoni, trematódeo causador da esquistossomose, e a Taenia sollium, cestódeo causador da teníase. O hospedeiro em que ocorre a fase adulta (sexualmente madura) de um parasita digenético é chamado de hospedeiro definitivo, enquanto aquele em que ocorre a fase larval denomina-se hospedeiro intermediário. No ciclo de vida Schistosoma mansoni, a espécie humana é o hospedeiro definitivo e o caramujo, o hospedeiro intermediário.
Já no caso da Taenia sollium, o porco é o hospedeiro intermediário e a espécie humana, o hospedeiro definitivo.
As planárias podem apresentar reprodução assexuada por fragmentação do corpo: a parte posterior do animal eventualmente adere a algum objeto e os esforços da planária para libertar-se acabam por rompê-la. Como tem grande capacidade de regeneração, ambos pedaços de recompõem e, assim, surgem novos indivíduos assexuadamente. O vídeo mostra processo de regeneração das planárias. As planárias são monóicas, isto é, cada indivíduo possui sistemas reprodutores de ambos os sexos. Fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais. Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozoides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.
FONTES:
- AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010.
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.
Os platelmintos não têm órgãos
especializados para trocas gasosas ou para circulação, e seu aparelho excretor
relativamente simples funciona para manter o balanço osmótico com o meio.
Devido a sua forma achatada, suas células ficam próximas à água presente no
ambiente ou no intestino. Essa proximidade com a água favorece as trocas
gasosas e a eliminação de compostos nitrogenados com por difusão através da
superfície do corpo.
A maioria dos vermes chatos tem
cavidade gastrovascular com apenas uma abertura (“boca”). Não possuem sistema
circulatório, mas os finos ramos da cavidade gastrovascular distribuem o
alimento diretamente às células do animal.
3. Classes dos platelmintos:
O Filo Platyhelmintes é divido em quatro classes: Turbellaria (tubelários, a maioria são vermes chatos de vida livre), Monogenea (parasitas marinhos e de água doce que infectam peixes), Trematoda (trematódeos, parasitas de vertebrados), Cestoda (cestódeos, parasitas de vertebrados).
1. Reprodução:
A reprodução dos platelmintos é bastante diversificada. As espécies parasitas apresentam ciclos de vida complexos, em que podem alternar fases com reprodução sexuada e assexuada. Além disso, diversas espécies necessitam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo. São chamadas de monogenéticas aquelas espécies que completoam seu ciclo de vida em um único hospedeiro, por exemplo, o trematódeo Gyrodactylus, parasita de um peixe de água doce. As espécies que necessitam de dois hospedeiros distintos para completar seu ciclo de vida denominam-se digenéticas. São exemplos: o Schistosoma mansoni, trematódeo causador da esquistossomose, e a Taenia sollium, cestódeo causador da teníase. O hospedeiro em que ocorre a fase adulta (sexualmente madura) de um parasita digenético é chamado de hospedeiro definitivo, enquanto aquele em que ocorre a fase larval denomina-se hospedeiro intermediário. No ciclo de vida Schistosoma mansoni, a espécie humana é o hospedeiro definitivo e o caramujo, o hospedeiro intermediário.
Já no caso da Taenia sollium, o porco é o hospedeiro intermediário e a espécie humana, o hospedeiro definitivo.
As planárias podem apresentar reprodução assexuada por fragmentação do corpo: a parte posterior do animal eventualmente adere a algum objeto e os esforços da planária para libertar-se acabam por rompê-la. Como tem grande capacidade de regeneração, ambos pedaços de recompõem e, assim, surgem novos indivíduos assexuadamente. O vídeo mostra processo de regeneração das planárias. As planárias são monóicas, isto é, cada indivíduo possui sistemas reprodutores de ambos os sexos. Fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais. Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozoides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.
FONTES:
- AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010.
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário