Os primeiros representantes do domínio Eucariotos, cujas células têm núcleo individualizado e organelas membranosas, foram os protoctistas. Esse grupo reúne organismos mais conhecidos como protozoários e algas. A grande maioria é unicelular, mas já também organismos coloniais e multicelulares, como as algas verdes, as vermelhas e ar pardas.
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Algas fonte: https://www.colegioweb.com.br/biologia/reino-protista-protozoarios-e-algas.html |
O grupo é muito diverso, tanto considerando a sua forma nutrição (com representantes autótrofos, heterótrofos e alguns que obtêm alimento das duas maneiras), tanto sua forma de reprodução (com representantes sexuados, assexuados ou alternados). Além disso, alguns protoctistas são móveis e outros, sésseis, que podem estar presentes tanto no ambiente aquático quanto em ambientes terrestres, desde que com um mínimo de umidade, como troncos de árvores ou debaixo de pedras, entre grãos de sedimentos, etc. Os protoctistas também podem ser encontrados dentro de outros seres vivos, sobretudo plantas e animais, vivendo como mutualistas ou como parasitas.
Protozoários
Os protozoários são unicelulares, de célula eucariótica e estrutura bastante variável. A maioria é heterótrofa e muitos são capazes de locomoção. Estão presentes em diversos ambientes e muitas espécies têm vida livre, embora também existam espécies parasitas, que pode causar doenças em plantas e em animais, como os humanos.
As células dos protozoários não possuem parede celular e apresentam formatos bem variados. Externamente à membrana da células, porém, podem haver capas proteicas ou carapaças constituídas de minerais. Quando as condições ambientais estão desfavoráveis, alguns protozoários entram em uma espécie de estado de hibernação, aonde eles podem permanecer latentes por longos períodos. Assim, quando as condições voltarem a ser favoráveis, o protozoário volta a ser ativo. Para se locomoverem, muitos protozoários utilizam pseudópodes, como os flagelos e os cílios.
Em relação à obtenção de energia, a maioria dos protozoários é heterótrofa, ou seja, eles retiram matéria orgânica do meio, geralmente englobando as partículas de alimento com seus pseudópodes, por pinocitose (a captura de macromoléculas dissolvidas no meio) ou por difusão, ou seja, absorvendo substâncias dissolvidas no meio. As raras espécies autótrofas realizam fotossíntese. Os protozoários podem ser aeróbios ou anaeróbios.
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Protozoários fonte: http://brasilescola.uol.com.br/biologia/protozoarios.htm |
A reprodução dos protozoários pode assexuada ou sexuada, como se pode notar na tabela:
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Diferentes formas de reprodução dos protozoários. fonte: COSTA OSORIO, Tereza. Ser Protagonista Biologia - Volume 2. São Paulo: Edições SM, 2013. |
Os protozoários rizópodos ou sarcodinos, dentro os quais estão as amebas, locomovem-se pela emissão de pseudópodes. A maioria é de vida livre, mas mesmo assim ainda existem organismos parasitas. Os flagelados apresentam, normalmente 1 ou 2 flagelos, Existem, assim, espécies de vida livre, que vivem nas águas salgada e doce e em solos úmidos, e espécies parasitas. Existem também flagelados mutualísticos, que vivem, por exemplo, no intestino de cupins, digerindo a celulose da madeira e liberando nutrientes absorvidos do cupim, assim, os dois seres envolvidos não sobreviveriam separadamente. Os ciliados caracterizam-se pela presença de cílios na superfície celular, usados no deslocamento do organismo e na captura de alimentos. Os foraminíferos secretam uma carapaça com inúmeros poros, e através deles passam os pseudópodes, utilizados na locomoção e na captura de alimento. O grupo dos apicomplexos reúne os protozoários que não tem estruturas de locomoção. São todos endoparasitas obrigatórios, de plantas e animais.
Os protozoários, além de estabelecer relações mutualísticas com outros seres, podem ser parasitas, instalando-se principalmente no sangue e no tubo digestório dos animais. Alguns protozoários parasitas necessitam de dois hospedeiros para completar seu ciclo de vida: o hospedeiro definitivo, no qual ele se reproduz sexuadamente; e o intermediário, ou vetor, no qual ele se reproduz assexuadamente. Algumas doenças causadas por protozoários são a amebíase, a giardíase, a leishmaniose, a malária e a doença de chagas.
Algas
As algas são seres muito diversificadas, a maioria das espécies é marinha, mas existem algas de água doce e até terrestres, em ambientes úmidos. Algumas suportam temperaturas extremas, como as águas polares e as águas das fontes termais. Em geral, algas são autótrofas fotossintetizantes, mas também existem algas heterótrofas. Existem espécies unicelulares e multicelulares. As células da maioria das algas são revestidas por paredes resistentes, constituídas predominantemente de celulose, em geral combinada com outras substâncias, como ágar, sílica ou carbonato de cálcio. Todas apresentam ao menos um cloroplasto, que pode variar em forma, composição, tamanho e conjunto de pigmentos fotossensíveis presentes. As algas podem ser divididas em:
- Euglenoides: algas unicelulares que contem clorofilas a e b em seus cloroplastos e, como substância de reserva, o paramilo, um carboidrato.
- Dinofíceas: algas unicelulares que contém as clorofilas a e c, além de outros pigmentos, como a peridinina, que lhes dá a coloração amarelo-parda ou avermelhada. As substâncias de reserva são amido e óleos. Em geral, a célula apresenta membrana de celulose.
- Crisofíceas: nas células dessas algas estão presentes as clorofilas a e c, além de pigmentos como a fucoxantina, de coloração marrom, cuja combinação com outros pigmentos dá uma tonalidade dourada às crisofíceas, que, por isso, também são conhecidas como algas douradas. As substâncias de reserva são óleos, que desempenham importante papel de flutuação.
- Bacilariofíceas: essas algas têm muitas características em comum com as crisofíceas, mas a parede celular, composta de sílica, está presente em todas as espécies.
- Clorofíceas: conhecidas como algas verdes, suas células têm parede de celulose e apresentam as clorofilas a e b e o amido como substância de reserva.
- Rodofíceas: conhecidas como algas vermelhas, mas, dependendo da combinação de pigmentos, podem adquirir tons mais escuros, quase pretos. Vivem principalmente nos mares tropicais, mas também ocorrem em água doce e em ambientes terrestres úmidos.
- Feofíceas: as células das feofíceas, também chamadas de algas pardas ou marrons, apresentam as clorofilas a e c, além de um pigmento carotenoide pardo, a fucoxantina, responsável pela coloração dessas algas, que varia desde o amarelo- amarronzado até tons bem escuros e fortes. As substâncias de reserva são diversos tipos de óleos.
As algas podem se reproduzir assexuadamente, mas a reprodução sexuada é mais frequente, inclusive entre as algas unicelulares, embora seja extremamente rara no grupo das dinófitas e nunca tenha sido observada em euglenófitas. As algas verdes e as pardas são as que apresentam maior diversidade reprodutiva, com indivíduos haploides e diploides reproduzindo-se assexuadamente e sexuadamente. Na reprodução assexuada ocorre a fragmentação: um ou mais pedaços do talo (conjunto de células da algas, que vivem juntas) se destacam, e cada pedaço origina um novo indivíduo. Também a reprodução assexuada pode ocorrer por meio da zoosporia: onde um ponto do talo forma células flageladas, os zoósporos, que são eliminadas no ambiente e se desenvolvem em novas algas. Já a reprodução sexuada de algas é muito diversificada, com diferentes tipos de ciclos.
As algas são utilizadas como alimento ou fertilizante pelos seres humanos à muito tempo. São também utilizadas em diferentes atividades industriais. Além disso, são muito importantes para a biosfera. Tanto as multicelulares quanto as unicelulares realizam fotossíntese, produzindo matéria orgânica e gás oxigênio, utilizados por outros seres vivos. Assim, o oxigênio produzido oxigena tanto a água tanto a atmosfera.
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As algas são de grande importância para a alimentação vegetariana, visto o grande valor nutritivo que elas possuem. fonte: http://www.cantinhovegetariano.com.br/2012/09/algas-na-alimentacao-vegetariana.html |
Referências bibliográficas
COSTA OSORIO, Tereza. Ser Protagonista Biologia - Volume 2. São Paulo: Edições SM, 2013.