Por volta da segunda metade do século XIX, muitos dos organismos patogênicos já haviam sido identificados. As pessoas, por exemplo, já tinham conhecimento das bactérias e das doenças que podiam ser causadas por elas, vistos que estes agentes podem ser vistos em microscópicos de luz (Imagem 1), já existentes desde o século XVI e usados para a observação de material biológico desde o século XVII.
Imagem 1 As partes de um microscópio óptico. fonte: http://vida-microscopica.blogspot.com.br/2011/11/microscopio-optico-e-eletronico.html |
Imagem 2 Vírus da Raiva. Fonte: https://albericomarcosbioifes.wordpress.com/tag/raiva/ |
Imagem 3 Louis Pasteur (1822-1895). fonte: http://www.thefamouspeople.com/profiles/louis-pasteur-145.php |
Imagem 4 Dimitri Ivanovski (1864-1920) fonte: http://search.sscommons.org/object/SS7729463_7729463_1178355 |
Imagem 5 As partes de um microscópio eletrônico de varredura (MEV). fonte: http://fap.if.usp.br/~nandast/mev.html |
Imagem 6 Comparação de tamanho entre vírus e bactérias Fonte: https://pt.slideshare.net/emjcosta/virus-e-viroses |
Imagem 7 Comparações de tamanho variadas Fonte: http://edu-garcia-recuero1.webnode.es/news/nanotecnologia-en-implantes-ortopedicos/ |
Característica dos vírus
Até os dias de hoje, os vírus geram muita discussão entre os cientistas, visto que se encontram no limite entre matéria viva e matéria não viva. Isso ocorre pois os vírus não apresentam estrutura celular e não realizam atividade metabólica "sozinhos", não podendo se reproduzir e sintetizar suas moléculas, por exemplo, foram de uma célula hospedeira. Assim, eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios.
Em relação à sua origem, também não existe consenso entra a comunidade científica. Muitos pesquisadores, porém, concordam que estes organismos não tiveram uma origem única, e que evoluíram conforme seus hospedeiros faziam o mesmo. O explicação mais aceita atualmente sugere que os vírus surgiram de pedaços de DNA de seus próprios hospedeiros, ou que teriam evoluído de organismos muito reduzidos ou de moléculas primitivas que surgiram no caldo primordial (este que teria também dado origem às células).
Em relação à sua estrutura, o vírus é constituído, de foram geral, de uma pequena porção de ácido nucleico (DNA e/ou RNA, cuja fita pode ser única ou dupla (Imagem 9)) e uma capa proteica, o capsídio, formada pela união de subunidades proteica menores. Além disso, em alguns outros vírus, como o HIV (causador de aids), ou o vírus causador da gripe, há uma segunda camada envolvendo o ácido nucleico, esta que é um envoltório membranoso lipoproteico denominado envolve lipoproteico.
Imagem 8 A estrutura de diversos tipos de vírus. fonte: http://escolaeducacao.com.br/virus/ |
Imagem 9 DNA e RNA Fonte: http://edu-garcia-recuero1.webnode.es/news/nanotecnologia-en-implantes-ortopedicos/ |
A partir de uma única célula infectada pelo vírus, podem se originar centenas ou milhares de novas partículas virais. O processo de multiplicação viral depende muito do tipo de vírus estudado. Alguns, por exemplo, entram por completo na célula, como o HIV, que possuí envelope, que se fundi à membrana da célula e libera o capsídeo com o material genético direto no citoplasma. Outros vírus, como os bacteriófagos, ou apenas fagos, introduzem apenas o genoma no citoplasma.
Os fagos são normalmente formados por uma "cabeça", o capsídio, e uma cauda, que o vírus usa para perfurar a membrana e injetar o seu material genético na diretamente na célula. Após ser injetado, o material genético do fago se integra ao cromossomo bacteriano, aonde pode permanecer "em repouso" por muitas gerações de bactérias, visto que quando estas se dividem, elas dividem também o material do vírus, gerando, assim, muitas células hospedeiras novas (este processo é conhecido como ciclo lisogênico (Imagem 10)). Pode, também, ocorrer de o genoma viral se separar do bacteriano, se multiplicando sozinho e gerando a lise celular (ruptura da membrana que separa a bactéria do ambiente (Imagem 11)), e liberando novos bacteriófagos no ambiente, que "procuram" novas bactérias para se repetir o processo (temos, assim, o ciclo lítico).
Imagem 10 O ciclo lítico e o ciclo lisogênico. fonte: http://www.estudopratico.com.br/ciclo-lisogenico/ |
Em uma infecção viral, normalmente existe um "período de incubação", aonde o vírus se mantém "escondido" no hospedeiro, este, assim, não apresentando sintomas. Depois de um certo tempo, aparecem os sintomas, e a célula hospedeira, por exemplo, pode sofrer lise ou ser modificada, se multiplicando desordenadamente, e gerando um tumor.
Exemplos de doenças causadas por vírus
Herpes
É causada pelo Herpes simplex virus (HSV), que é transmitido por gotículas de saliva ou pelo contato sexual. É caracterizada pelo aparecimento de pequenas vesículas. Não há vacina, e os medicamentos existentes apenas aliviam os sintomas.
Imagem 12 HSV Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Herpes_simplex_virus |
HPV
O HPV, referente à família Papilomaviridae, consiste em mais de 200 tipos de vírus, estes que podem ser transmitidos por contato sexual. Se manifesta pelo aparecimento de lesões. O tratamento consiste em controlar o aumento e aparecimento das lesões.
Imagem 13 HPV Fonte: http://www.mulherdescomplicada.com.br/desvendando-a-polemica-da-vacina-contra-o-hpv/ |
Dengue
Causada por quatro tipos de arbovírus, que são normalmente transmitidos pelo Aedes aegypti, que se contamina ao picar uma pessoa contaminada, e ao picar outra pessoa, desta vez saudável, passa o vírus para ela por meio de sua saliva. Raramente mata, porém, em sua versão hemorrágica, é muito perigosa. Não existe uma vacina, e o método de prevenção se consiste em tentar exterminar o mosquito.
Imagem 14 Vírus da dengue Fonte: https://explanaxerem.org/encontre-estagio/vaga-estudo-biofisico-da-interacao-da-proteina-c-do-virus-da-dengue-com-membranas-lipidicas/ |
Febre Amarela
Causada por um vírus da mesma família do vírus da Dengue, é transmitido normalmente pelo mosquito Haemagogus sp., mas também pelo Aedes aegypti nas cidades. Na maioria das vezes, não aparecem sintomas, mas, se aparecerem, podem se tornar severos. O dente deve receber o tratamento, e depois de alguns dias, deve ficar curado e imunizado. Existe uma vacina, que normalmente é dada para quem vai viajar para países da América do Sul.
Imagem 15 Vírus da febre amarela Fonte: https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-vrus-de-febre-amarela-image40697720 |
Aids
Causada pelo HIV, um retrovírus, e infecta os linfócitos CD4, células sanguíneas de defesa. Depois de algumas semanas após o contágio, aparecem os sintomas. E depois de mais algumas, inicia-se a produção de anticorpos. O vírus, assim, pode ficar inativo por anos, e pelo fato do organismo controlar a multiplicação do vírus, não aparecem mais os sintomas ( a fase assintomática), e a pessoa ainda não tem aids. Por meio de infecções oportunistas, a aids pode se manifestar. Não existe vacina contra o HIV, e o método de prevenção consiste no uso de preservativos, como a camisinha, em relações sexuais. Para aumentar a sobrevida dos portadores de aids, se usa os coquetéis antirretrovirais.
Imagem 16 Vírus HIV Fonte: https://micro.magnet.fsu.edu/cells/viruses/hivvirus.html |
Referências bibliográficas
COSTA OSORIO, Tereza. Ser Protagonista Biologia - Volume 2. São Paulo: Edições SM, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário